Bancos Alimentares recolhem 1.613 toneladas de alimentos em dois dias de campanha    

        • 42 mil voluntários em 2.000 lojas
        • 400.000 pessoas carenciadas apoiadas em parceria com 2.600 Instituições de Solidariedade Social em todo o país
        • Até 10 de Junho: campanha “Ajuda Vale” e site de doações online

Lisboa, 4 de junho – Os Bancos Alimentares Contra a Fome angariaram este fim-de-semana perto de 1.613 toneladas de alimentos numa campanha de recolha que mobilizou milhares de voluntários em todo o país.
As minhas palavras são de agradecimento a todos quantos participaram. Nunca nos cansamos de sublinhar, com grande reconhecimento, a generosidade reiterada dos portugueses, tanto os que doam alimentos, como os voluntários que ajudam na organização. Ao fim de quase trinta anos, eles continuam a acreditar nesta ideia, contribuindo com a sua ajuda individual para dar uma grande ajuda coletiva aos mais de 400 mil dos seus concidadãos que se confrontam ainda com carências alimentares”, afirmou Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares.
Os números representam um decréscimo de 243 toneladas em relação à campanha de maio do ano anterior, explicado sobretudo pelo fim-de-semana de ponte, que levou muitas pessoas para longe dos seus locais habituais de residência e alterou assim o seu perfil habitual de consumo.
O volume excepcional de alimentos recolhidos começará a ser distribuído já a partir da próxima semana, contribuindo assim para ajudar a suprir as necessidades alimentares de cerca de 400 mil pessoas, apoiadas por 2.600 instituições, quer através de cabazes de alimentos, quer através de refeições confecionadas servidas em lares, creches, apoio domiciliário, cantinas sociais, etc..
Os alimentos mais doados na campanha foram, como habitualmente, os produtos não perecíveis (leite, arroz, azeite, massas, açúcar, enlatados) representando aqui também uma adesão à ideia promovida pelo Banco Alimentar de partilha.

Até 10 de junho: campanha “Ajuda Vale” e site de doações online

Quem não teve oportunidade de contribuir no fim-de-semana pode ainda fazê-lo até 10 de junho através da campanha “Ajuda Vale” com vales de produtos disponíveis nas caixas dos supermercados, bem como no portal de doação online www.alimentestaideia.pt.

Alguns dados relativos à atividade

Existem atualmente 21 Bancos Alimentares, com atividade em Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Terceira Viana do Castelo, Viseu.
A atividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.

Recolha nacional, ajuda local

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência por voluntários dos Bancos. Estas realizam visitas domiciliárias e asseguram um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efectuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.
Em 2017, os 21 Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 22.964 toneladas, com um valor estimado superior a 32.150 milhões de euros, num movimento médio de 92 toneladas por dia útil.
A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agroalimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.

Um paradoxo: desperdício alimentar versus carência

Com a missão de lutar contra o desperdício de alimentos, recuperando diariamente excedentes da indústria, da agricultura, dos mercados e da distribuição, foi aberto em 1991 o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome, em Portugal. Estão atualmente em atividade no território nacional 21 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objetivo comum de ajudar pessoas com necessidades alimentares comprovadas, pela doação e partilha.
Parcerias com empresas agro-alimentares, cooperativas agrícolas, cadeias de distribuição, mercados, e outras permitem recuperar milhares de toneladas de produtos que teriam como destino a destruição por razões meramente comerciais. A mobilização de voluntários e a participação ativa completam uma acção que pretende igualmente chamar a atenção da sociedade em geral e dos poderes públicos para a existência de elevados níveis de pobreza e de exclusão social, propondo uma atenção aos mais desfavorecidos.

A nível europeu, existem 256 Bancos Alimentares operacionais em 24 países, norteados por idêntica missão, que, em 2017, distribuíram 756 mil toneladas de produtos a 8,1 milhões de pessoas, através de 44.700 associações (www.eurofoodbank.org).

Para mais informações contate:
Banco Alimentar Contra a Fome
www.bancoalimentar.pt
91 900 02 63