Na campanha de recolha do fim-de-semana

Bancos Alimentares Contra a Fome angariam 2.150 toneladas de alimentos em dois dias

Reiterada solidariedade dos portugueses e participação de mais de 42 mil voluntários em todo o país

Lisboa, 1 de dezembro - Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram este fim-de-semana mais de 2.150 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada em 2.000 superfícies comerciais de 21 regiões do país. Prosseguem ainda até 7 de dezembro a campanha “Ajuda Vale" nos supermercados e a campanha online em www.alimentestaideia.pt

 42 mil voluntários dos 21 Bancos Alimentares (Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Terceira, Viana do Castelo e Viseu) convidaram durante o fim-de-semana os portugueses a partilhar os bens alimentares que compram para as suas casas.

Os portugueses aceitaram uma vez mais o convite dos Bancos Alimentares e aderiram a uma rede social real partilhando alimentos com pessoas carenciadas da sua região. A confiança reiterada nos Bancos Alimentares ficou patente na generosidade das contribuições. “Para além da sempre presente natureza solidária dos portugueses, não podemos deixar de sublinhar o papel dos voluntários, pessoas de todas as idades, com convicções politicas e religiosas diversas que, participando, lado-a-lado, contribuem de forma fraterna e solidária para uma sociedade mais justa e coesa”, referiu a Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, Isabel Jonet. “Temos de agradecer aos milhares de doadores, aos voluntários, às empresas e entidades que apoiaram esta campanha, dando assim o seu grande contributo para que os Bancos Alimentares possam continuar a acudir a muitas pessoas necessitadas.”

Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir da próxima semana, a 2.500 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a cerca de 380 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.

Isabel Jonet destacou ainda que foi mais uma vez “muito importante e gratificante para todos os voluntários e para o Banco Alimentar ter podido contar com o apoio e o envolvimento pessoal também na qualidade de voluntário do Presidente da República, que assim ajuda a sublinhar a importância e a dar visibilidade e projeção a esta rede social de carne e osso.”

Campanha continua em www.alimentestaideia.pt e com “Ajuda Vale”

Até 7 de Dezembro, será ainda possível contribuir para a campanha através da “Ajuda Vale”, vales que estarão disponíveis nas caixas dos supermercados, cada um dos quais inclui um código de barras para um produto básico (leite, arroz, atum, salsichas).

O Banco Alimentar disponibiliza ainda o site de doação online www.alimentestaideia.pt, dando assim a oportunidade de partilhar a todos os que não tiveram oportunidade de se deslocar aos pontos de recolha durante o fim de semana, aos que se encontram ou residem fora de Portugal.

Dois milhões de portugueses em risco de pobreza

Segundo dados do INE, mais de 2,1 milhões de pessoas estão em risco de pobreza em Portugal ou exclusão social (19,7% da população). Se fossem considerados apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 41,8% da população em Portugal estaria em risco; destas, 21,4% são idosos que recebem uma pensão inferior a 632€.

A rede de instituições de solidariedade desempenha um papel insubstituível na ajuda aos mais necessitados e o apoio alimentar é determinante nessa ajuda. Estas campanhas dos Bancos Alimentares alertam ainda a sociedade, como um todo, para uma realidade que não pode deixar ninguém indiferente, sendo “muito importante não nos esquecermos que, no dia-a-dia, ainda há pessoas que precisam de ajuda para comer, principalmente numa altura como o Natal, onde ter a família reunida à volta de uma mesa é um desejo que podemos, cada um de nós, ajudar a concretizar”, refere o Banco Alimentar.

Alguns dados sobre a atividade

A atividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.

Recolha nacional, ajuda local

Os 21 Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, alimentos através de Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência por voluntários. Estas asseguram um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um real trabalho de inclusão social, que conduza a autonomias.

De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, no ano passado, os 21 Bancos Alimentares em atividade em Portugal distribuíram 27.448 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 45 milhões de euros), num movimento médio de 109 toneladas por dia útil. Prestando assistência a 2.400 instituições, os alimentos foram entregues a perto de 380 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.

A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os doadores dos beneficiários, permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.

Alguns dados

O Banco Alimentar Contra a Fome foi criado em Portugal em 1991 com a missão de lutar contra o desperdício e distribuir apoio alimentar a quem mais precisa, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário. Existem atualmente 21 Bancos Alimentares (nas zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Zona Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu). A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares encoraja a rede e representa os Bancos Alimentares a nível nacional e internacional.

A nível europeu, existem 351 Bancos Alimentares operacionais em 30 países que, em 2024, distribuíram 834 mil toneladas de alimentos, beneficiando mais de 12,2 milhões de pessoas apoiadas (fonte: www.eurofoodbank.org).

Para mais informações sobre a campanha, contactar:
Banco Alimentar Contra a Fome: 91 900 02 63 / 21 364 96 55 - www.bancoalimentar.pt